Ao reler tudo aquilo vi o tanto que foi uma experiência única e engraçada.
Redigi novamente retirando nomes, tentando deixar minha visão bem didática, sem mencionar pessoas. Como fiz rapidamente, alguma coisa pode perder o sentido. E alguns nomes podem aparecer... Mas enfim. Postei aqui pq eu ia apagar, e pensei... Todas essas experiências para nada?
Tá certo que tranquei o curso no final. Mas as percepções são eternas, assim como posts de blog. =)
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Diário de aulas para corpo e movimento;
Do No.01 até No.08
Percebo que nos aquecimentos não utilizo apenas a função de aquecer o corpo, mas sim acordar algumas partes do corpo que não eram muito utilizadas. A “dor do outro dia” sempre aparece, um reflexo de músculos mal acostumados com ação. Quanto a sentimento e ação corporal, se não for uma coisa espontânea realmente não consigo sentir. Nada de, fique no chão e deixe fluir o movimento. Bobeira. Não flui. O meio não me passa nada, e sem nada não tem sentimento. Isso pra mim. Tem pessoas que fantasiam e fazendo o baile do cisne branco (ou uma tentativa disso), um exagero desnecessário no meu ponto de vista.
O exercício de rolamento era um grande martírio pra mim. Um colega de sala me explicou a forma como ele enxergava o exercício. Primeiro eu tinha de me imaginar como alguma coisa com um dado objetivo, não precisava ser descrito em palavras, apenas que rolando eu alcançaria esse objetivo e poderia variar as formas de iniciar o rolamento para aumentar a percepção corporal. Depois dessas explicações o exercício... Bem, continuou um grande martírio. Até porque um objetivo pela metade tem 50% de tudo e 50% de nada, e é essa porcentagem de nada é que ainda me atrapalha.
Aprendi sobre o subtexto. Dizer a palavra Nuvem é algo vago. Agora dizer a palavra Nuvem com um subtexto “desprezo” facilita as coisas.
Tentei usar um subtexto no exercício de rolamento. Mas por incrível que pareça a única palavra que se encaixava perfeitamente era “martírio”.
Então resolvi desistir de rolar. Fico lá, de uma borda até a outra só ouvindo se alguém se aproxima (ou sentindo o cheiro, tem uns pezinhos que se identificam quando passam).
O exercício de ficar em roda, jogando e fazendo barulho com as mãos e boca realmente me deixa deprimido. Tenho um sério problema com dinâmica em grupo, ainda mais dinâmica em grupo feliz. Eu já sou feliz, mas quando vejo um exercício onde pessoas ficam serelepes executando, fico infeliz. É uma ação físico-química.
O exercício de olhar no olho e puxar o umbigo é de boa. Apesar de a única coisa que consigo sentir após os exercícios é o cansaço. Nunca tive muita habilidade corporal, nem treinamento. Muito menos uma percepção muito aflorada a respeito de métodos, é por isso que nada digo, apenas confio. Mas a diferença de resultado entre algumas matérias é algo bem perceptível.
Enquanto em aulas mais teóricas podemos sair com um conhecimento logo em seguida, como algo relacionado a história ou coisas técnicas como sub-texto... Saindo das aulas de corpo, só me sinto cansado. Logicamente aprendi algumas coisas muito úteis como respeitar o corpo, inclusive isso foi um grande inimigo para a própria aula, porque se eu respeitar meu corpo provavelmente ele não iria fazer nada. Sobre o exercício de puxar umbigo, o tempo é tremendamente exagerado. Depois de ficar uns 7 minutos olhando no olho de alguém e contraindo o umbigo a vontade que tenho é de realmente acertar uma joelhada no umbigo do parceiro. Acho que é mais um dos sintomas relacionados aos meus problemas com dinâmicas.
O exercício de erguer o parceiro é algo importante - creio eu. Perceber o timing da pessoa, e o controle de uma força externa. Porém acho que fazer uma dupla com alguém do nada é realmente triste. Tem pessoas as quais sua concentração não nasceu pra trabalhar
O exercício de chacoalhar, tremer, flutuar, chicotear e tal, é bem bacana, porque é legal atribuir o corpo a várias coisas. O braço virar um chicote, a cabeça e tal. Bem interessante. Pelo menos algo eu tinha que curtir né?
Agora o exercício de empurrar eu não curtia muito, agora então, odeio. Esse esquema de soltar o corpo não rola. É incrível a força contida num braço solto, e acho muito irresponsável um movimento de soltar o corpo sem percepção territorial. Não consigo mais fazer esse exercício como antes. E nem quero.
Por enquanto são essas minhas percepções.
Em relação à movimentação, acredito ter uma percepção bem maior a respeito dos detalhes que envolvem esse tema. Movimento, gesto e ação. Acho que não preciso definir exatamente o que é cada um. Se eu conseguir entender o conceito que cada uma dessas palavras envolve e não me esquecer disso pra mim já vale. Ainda sinto falta de uma aula filmada. Se perceber os movimentos já é algo difícil, tentar mudar alguma coisa pessoal que apenas o observador percebe é algo praticamente impossível.
Acredito ainda que algumas pessoas da sala possuam ultimamente certa irritação na hora de serem corrigidas. E poxa, apenas acho válido quando algo da comunicação não foi compreendido. Quanto a mim só posso dizer que absorvo tudo. Não sei se faço tudo da forma certa, muitas vezes não consigo fazer o que planejei, mas pelo menos já consigo pensar em fazer algo da forma correta, e já é um passo interessante. Quanto ao meu amigo, acho que ele é muito mal interpretado na sala de aula. Ele possui uma boa ação interna. Atuando com ele, consigo fazer um bom jogo porque entendo o cara. Agora, ele possui certo problema com ação externa. E ai as pessoas pedem pra que ele “exagere mais” – e ele fica puto por achar que esse não é o estilo dele. Puto com razão.
Se for procurar a origem do problema de onde está a falta de ação externa dele, é só procurar no rosto. Ele não tem muita ação com sobrancelhas, o que acaba com muita expressão ai. Expressões extremas ficam normais ou nulas no rosto. Raiva, fúria tudo se mistura com os básicos alegria/felicidade. Assim como no exercício de andar cansado até a cadeira. Na primeira tentativa ele fez de boa, na 3ª depois de tanta pressão das pessoas dizendo que não havia ação interna – o que discordo – ele tentou forçar uma expressão facial e ficou parecendo um cara triste caminhando até a cadeira. Mas a ação interna dele estava lá. Tanto que outro colega de sala adaptou o final da ação do meu amigo para sua própria ação.
Exemplo de como a classe avacalha um pouco com quem sobe no palco:
Se você falar pro povo da sala que alguma coisa é “A” e perguntar depois se essa coisa de fato se parece com “A”, a sala responderia que não, mesmo entendendo completamente que de fato era “A”. Agora, se não comentar nada para a sala e apenas demonstrar, perguntando em seguida o que era... certeza que muitos responderiam “A”.
Falando em classe, há muitos movimentos viciados ainda. Acredito ter ali muito “atores” viciados saca? Aprenderam algo em algum lugar, ou atuaram de alguma forma e vão pra aula fazer o que já sabem e não pra aprender. Acho isso tão estranho. Alguns fazem isso sem perceber, outros usam isso como defesa na hora que recebem correções. Pessoas e egos... preguiça.
Uma coisa que não curto em você professora, é a mania de querer movimentos que fojem da proposta inicial do que o aluno fez saca? Tipo: Aluno pensa em um cara machão que machucou a mão e a agitou duas vezes no ar de forma rápida pra ninguém pensar que ele sentiu dor. Mas aluno não fala isso, apenas faz. Ae você saca que foi de dor e pede pra aluno exagerar na movimentação.
- Muda isso, faz assim com mais movimentos.
Toda concentração e planejamento daqueles minutinhos antes de começar, perdeu. Pro aluno aquilo iria destruir a idéia. Enfim, foi só um exemplo pra ilustrar.
Fico analisando as pessoas na sala, suas qualidades e defeitos e fico tentando me adaptar e fugir de erros comuns. Mas eu precisava ter algumas noções de direção, pra ficar mais dentro do foco do meu objetivo. Espero que ano que vem tenha algo mais sobre isso.
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